Vale, Gerdau, prefeito, juiz e todos os vereadores comparecem à Audiência Pública “Os Impactos da Exploração Minerária em Itabirito”; VEJA VÍDEOS
Arnaldo (prefeito), Antônio (juiz), Rodrigo (presidente), Alencar (deputado), Renê (secretário) durante a audiência. Foto: Câmara
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Uma oportunidade para que a população e empresas de Itabirito (MG) pudessem explanar sobre situações que dizem respeito à mineração no município. Essa foi a Audiência Publica “Os Impactos da Exploração Minerária”, promovida pela Câmara de Vereadores. Questionamento com relação ao simulado de evacuação ter acontecido no domingo, dia em que a movimentação na cidade é menor; o receio da população de acontecer com Itabirito o mesmo que se deu em Mariana e Brumadinho; a situação de nascentes em Ribeirão do Eixo; as dúvidas com relação ao terminal de minério em São Gonçalo do Bação foram algumas das dezenas de situações colocadas. Lembrando que as duas primeiras situações têm a ver com a Vale, a segunda com a Gerdau e a terceira com a Bação Logística. Dessas firmas, Gerdau e Vale estiveram presentes na audiência.
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No primeiro momento do evento na Câmara, houve considerações de autoridades presentes, como o deputado estadual Alencar da Silveira Júnior (PDT); do prefeito Arnaldo Pereira dos Santos (MDB); dos 13 vereadores e do juiz da Comarca de Itabirito, Antônio Francisco Gonçalves. Diferentemente do que foi ventilado, o Fórum de Itabirito não mudará de local, ou seja, ficará como está (lado da ponte de São Sebastião). Segundo o magistrado, não há perigo iminente de rompimento das barragens de Forquilha 1 e Forquilha 2 e, por isso, o Fórum continuará no mesmo endereço.
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O juiz disse ainda que os problemas envolvendo barragens foram pretextos para que houvesse o fechamento do Presídio de Itabirito, no bairro Praia. “Foi uma decisão de Estado. Todos os presídios com menos de 200 presos serão fechados. Esses presídios com poucos detentos são inviáveis economicamente. Em Itabirito, havia cerca de 100 presos”, disse Antônio Francisco.
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O deputado Alencar pegou como exemplo uma empresa que não participou da audiência: a Herculano Mineração. Em 2014, três pessoas foram mortas pelo rompimento de uma barragem de contenção de rejeito de minério desta mineradora. Atualmente, a Herculano estoca o rejeito a seco, uma forma mais moderna e segura, lembrou o deputado. “Fica mais caro, mas mais caro ainda são os prejuízos para as famílias vítimas de desastres”, disse Alencar.
Para o deputado, faltou respeito da Vale em vários aspectos. Um desses, segundo o parlamentar, diz respeito à carência de informações repassadas à população.
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Para o prefeito interino Arnaldo, “a Câmara é a caixa de ressonância da população em qualquer cidade (...). E não importa o tamanho do mandato, o importante é o tamanho da responsabilidade”, disse Arnaldo referindo-se à sua condição de interinidade como prefeito.
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O presidente da Câmara Rodrigo Campos Chagas (PSD) avaliou a audiência como positiva e não descartou a hipóteses de outras com o mesmo tema acontecerem. Por sua vez, o presidente da Câmara de Moeda (MG), vereador Silvano Alves Gonçalves (PSDC), esteve presente e avaliou o evento como “bastante proveitoso”.
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As empresas mineradoras
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A Vale confirmou o monitoramento diário das barragens e garantiu que está tomando todos os cuidados de acordo com a legislação atual, bem como repassando as informações para as autoridades competentes.
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A Gerdau garantiu que não vai impactar as nascentes de Ribeirão do Eixo.
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Parte do depoimento dos representantes das empresas presentes pode ser visto em vídeos nesta página.
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A Bação Logística não participou da audiência.
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