Saiba os que disseram os dois lados em entrevista à Comunicação da Câmara.
Câmara lotada - Foto: Ascom
Durante reunião ordinária de segunda (8/5), manifestantes a favor e contra a Reforma Administrativa superlotaram as galerias da Câmara de Itabirito. A reforma é de autoria do Poder Executivo e está em discussão na Casa Legislativa.
A favor da reforma
Para a servidora efetiva, com 34 anos de Prefeitura, entrevistada pela Comunicação da Câmara, a “desinformação” é o motivo que faz com que parte dos servidores seja contrária à mudança. “Se a reforma não for aprovada é como se o trabalhador rasgasse dinheiro todo mês. Inclusive, os benefícios foram ampliados”, afirmou.
Ela deu exemplo dos servidores da área operacional (auxiliar de serviços gerais, vigia, servente escolar, cozinheiras, ajudante geral, monitor de apoio escolar etc.). Segundo essa entrevistada, eles passarão a ganhar R$ 1.916 (hoje recebem R$ 1.607).
Serão aceitos, segundo essa servidora, com a reforma, cinco níveis de progressão. Entre esses níveis, haverá reajuste de 5% (hoje esse reajuste é de 2%). Servidores poderão apresentar, depois da reforma, cinco titulação. Hoje podem ser apresentadas somente três. “A cada titulação, por exemplo, haverá progressão de dois níveis (10%)”, afirmou.
Para ela, há uma “articulação maldosa do sindicato” na campanha contra a reforma. “Todos os professores, por exemplo, passarão a ganhar o piso nacional de 40h”, afirmou.
Outra vantagem, de acordo com essa servidora, é que as férias passarão de 30 dias corridos para 25 dias úteis - o que dará cerca de 35 dias (corridos).
Contrário à reforma
Da mesma maneira que a primeira entrevistada, o servidor que é contra a reforma não será identificado nesta matéria.
Para ele, parte dos funcionários vai ser beneficiada em demasia, outros não. “Tem uma galera que vai ganhar R$ 1.700 a mais de um dia para outro”, afirmou. Já os mecânicos receberão, no máximo, R$ 160 a mais”, garantiu.
A falta de diálogo por parte da Prefeitura, de acordo com esse servidor, é outro problema.
Ele citou os 51 servidores beneficiados na administração passada. “O reajuste será tão grande para alguns que acaba com o ‘problema dos 51’”, acredita.
O entrevistado ainda afirmou: “Vai haver um super aumento para o pessoal da administração e migalhas para o pessoal do pátio”.
Segundo o manifestante, com a terceirização, haverá extinção de cargos, no futuro, dos serviços em que não há necessidade de nível superior. E isso, para ele, é algo que tem de ser repensado. “No mundo do trabalho, o empregado público tem responsabilidade maior porque ele é o Poder Público. Já o empregado da iniciativa privada joga com o sistema. É o servidor público que luta pelo emprego. ‘Você’ não vê trabalhador da Vale, por exemplo, fazendo protesto por melhores condições de trabalho”, exemplificou.