Francislene (que alertou sobre câncer) e Milena (que falou a respeito de política sobre droga). Foto - Ascom
Nesta segunda-feira (25/10), a moradora de Itabirito, Francislene Cristina de Freitas, que se tornou símbolo da luta pela prevenção ao câncer de mama no município, usou a Tribuna da Câmara de Vereadores itabiritense, durante sessão ordinária, para falar sobre sua experiência de vida, como paciente oncológica.
A Tribuna também foi usada pela presidente do Comad (Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas de Itabirito - MG), Milena Martins de Castro.
Outubro Rosa
Francislene faz tratamento contra o câncer no Ceae de Itabirito (antigo Viva Vida). Para ela, na maioria das vezes, o assunto só é visível em outubro, quando acontece o Outubro Rosa - campanha de conscientização com objetivo de alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e o câncer de colo do útero.
“É preciso conscientizar as mulheres a se cuidarem com mais carinho, fazendo sempre o autoexame e não deixar que o medo as impeça de buscar ajuda”, disse ela, enfatizando que é importante a criação de projetos para acolhimento das mulheres com câncer. “Elas estão carentes de acolhimento pós-tratamento, (fase) tão difícil quanto o diagnóstico. Nos perdemos sem saber qual caminho percorrer”, afirmou.
Comad
O presidente Léo do Social (PSDB) disse que o Comad, por meio do Funpred (Fundo Municipal de Prevenção às Drogas), recebeu (e receberá) verbas de emenda impositiva (recursos do Município indicados pelos vereadores) de 2020, 2021 e 2022.
Milena falou sobre a elaboração de uma política de drogas especificamente para Itabirito. “Temos que pensar em uma política que abranja a todos. Pensar na política de forma intersetorial, que envolva os diversos setores porque a gente sabe que o fenômeno droga é multifatorial. Ele não pertence só a assistência social ou a saúde”, disse ela.
Segundo Milena de Castro, o usuário, boa parte das vezes, não acessa os serviços. “Não chega às unidades de saúde; não chega, às vezes, ao Caps; à assistência. Muitas vezes, são marginalizados”, acredita.
Ela disse que o conceito mudou: não é mais política antidroga. “A gente não está em guerra contra o usuário”, afirmou.
O secretário do Comad, Leandro Dias, como usuário de álcool e outras drogas (conforme admitiu), fez um histórico da política de drogas no Brasil, começando por 1921, ano em que se deu as primeiras penalidades para os “contraventores que vendiam cocaína, ópio, morfina e derivados”.
Na oportunidade, foi anunciado que nesta quarta-feira (27/10), haverá uma reunião com Maria Odete Pereira (do Grupo de Estudo da Escola de Enfermagem da UFMG), o presidente Léo do Social e o vereador Max Fortes (DEM) para uma das fases da discussão da política sobre drogas em Itabirito.