Presidente da Câmara abre espaço para ouvir contrários e favoráveis à instalação de terminal em São Gonçalo do Bação

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Na reunião desta segunda-feira (27), da Câmara de Itabirito, o presidente Rodrigo do Porco (PSD) abriu espaço para que os vereadores possam ouvir os dois lados envolvidos na discussão do futuro do distrito de São Gonçalo do Bação.

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Resumidamente, de um lado, a Associação Comunitária de São Gonçalo do Bação, sitiantes, donos de pousadas e parte da população nativa. Eles estão preocupados com a poluição (do ar e das águas), bem como com a condição do tráfego de veículos na região, caso a empresa Bação Logística conclua o terminal de carga e descarga que está sendo implantado no distrito. A obra está parada a pedido do Ministério Público.

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Do outro lado, funcionários da empresa e familiares desses trabalhadores (nativos de São Gonçalo do Bação em grande parte) defendendo o direito ao emprego em meio a um país em crise.

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De três a quatro pessoas dos dois lados envolvidos na história tiveram direito à palavra na Tribuna da Câmara. O presidente Rodrigo afirmou que vai propor uma Audiência Pública para que a questão seja discutida.

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Para o morador de São Gonçalo do Bação, Bernardo Toledo Gomes de Souza (20), apontador da Bação Logística, que trabalha com a carteira assinada, não há perigo de o empreendimento comprometer as águas (rio e nascentes) de São Gonçalo. “O Meio Ambiente (Secretaria de Estado e Secretaria da Prefeitura) e o Ministério Público estiveram na área e avaliaram que o número de árvores cortadas foi mínimo e também que as águas não serão afetadas”, acredita Bernardo.

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Bernardo tem filhos e ficou desempregado por dois anos. "A empresa está me dando uma oportunidade", disse ele

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Por outro lado, o empresário e sitiante, senhor Elias Costa Resende, em meio às dúvidas provocadas principalmente pela falta de respostas da empresa aos questionamentos da associação, tem receio de que São Gonçalo se transforma em uma localidade como Sarzedo, em Minas Gerais, que sofre com a poluição provocada pelas empresas instaladas no município sarzedense.

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Ele acredita que empreendedores desistirão de construir em São Gonçalo (casas e empresas) a partir do momento que o respeito ao ambiente for desconsiderado por meio da implantação do terminal. Para ele, com o empreendimento, barro e poeira farão parte do dia a dia da comunidade.

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A seguir, parte da fala de todos que se pronunciaram sobre o assunto.

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Renê Butekus (PSDB)

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Para o vereador, que afirmou que está falando somente como vereador, e não como líder do prefeito, a empresa tem de trabalhar na legalidade. Contudo, “é preciso respeitar o direito ao emprego”, disse ele.

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“A população deve exigir não somente 30 empregos (número de postos de trabalho, divulgado durante a reunião, que seriam criados com a conclusão do terminal), mas também a reforma da igreja e muitas outras melhorias para a comunidade. Da mesma forma que a Vale viabilizou em Itabirito obras como o IFMG e o Parque Ecológico”, disse o vereador, que foi entusiasticamente aplaudido pelos apoiadores da Bação Logística.

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Rose da Saúde (PHS)

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A única mulher a ocupar a vereança se mostrou preocupada com “mapeamento de minas em São Gonçalo”. Ela afirmou que os vereadores foram eleitos pelo povo. “E é o povo que vamos defender”, disse ela que também foi aplaudida, principalmente, pelos funcionários da empresa que ocuparam a maioria dos assentos da galeria da Casa Legislativa.

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Rocha do PT

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O vereador petista não se posicionou contra ou favor a nenhum dos lados. Ele acredita que exista equívocos no rito (conjunto de formalidades a serem observadas para a validade do empreendimento).

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Ele afirmou que a audiência proposta pela Presidência da Casa vai ter a prerrogativa de sanar dúvidas a respeito do empreendimento. “A associação tem a legitimidade de representar a comunidade. O assunto em pauta (a instalação do terminal) não é um projeto de lei. Não é matéria desta casa. Contudo, os impactos são sim assunto desta Câmara. Aqui não existem vencedores ou perdedores. E o importante é que haja diálogo”, disse vereador.

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Max Fortes (PSB)

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O vereador acredita que a associação de São Gonçalo esteja aberta ao diálogo. Afirmou também acreditar no desenvolvimento, desde que seja sustentável (ideia que o vereador sempre defendeu durante seus mandatos).

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“Desenvolvimento sustentável significa inclusão social, preservação e desenvolvimento”, completou Max.

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Geraldo Mendanha (PSD)

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O vereador se mostrou preocupado com a paralisação dos trabalhos de implantação do terminal. “Os trabalhadores da obra irão receber durante a paralisação?”, questionou o edil.

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Em entrevista à Assessoria de Comunicação da Câmara, um funcionário da empresa garantiu que os trabalhadores receberão pelos dias parados.

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“Todavia, a questão ambiental também é importante. Se houve falha no licenciamento, isso deve ser avaliado”, completou o vereador.

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Toninho da Associação (MDB)

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“O povo precisa muito de emprego. São 14 milhões de desempregados no país e cerca de 5 mil somente em Itabirito”, disse o vereador.

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Segundo o edil, a questões ambientais também devem ser levadas em conta.

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Arnaldo (MDB)

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Para o vereador, não existe consenso entre os membros da associação. A afirmação foi feita com base na fala dos que são contrários à implantação do terminal (para uns, o empreendimento é não é bem-vindo. Para outros, será aceito desde que cumpra os critérios ambientais e que esses critérios estejam devidamente documentados).

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Entretanto, o que o presidente da associação deixou claro durante a reunião é que o empreendimento é viável. Mas não no local proposto.

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Arnaldo acredita na implantação do empreendimento com acompanhamento e respeito ao meio ambiente. “Há como conciliar as duas situações”, afirmou.

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O edil ainda parabenizou o presidente Rodrigo do Porco pela iniciativa de abrir espaço para os dois lados.

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Ricardo Oliveira (PPS)

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Para o líder da oposição, vereador Ricardo, o emprego é importante.

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Ele afirmou acreditar também que a Audiência Pública será o melhor caminho para se fazer um juízo de valor sobre o assunto.

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Zé Maria (MDB)

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O vereador afirmou que na Câmara são 13 vereadores a favor do emprego. “Se a empresa estiver com toda a documentação em dia, somos todos a favor dela. Conheço a realidade do Vale do Jequitinhonha (norte de Minas, considerada uma das regiões mais pobres da América do Sul) e sei o que é o problema de ficar desempregado”, disse.

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“Não estamos contra a associação, estamos sim a favor do povo de São Gonçalo do Bação”, garantiu o edil.

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