Líder negro Toninho Telefunken ocupa a Tribuna da Câmara

por Comunicação publicado 21/11/2022 22h44, última modificação 21/11/2022 22h44
Líder negro Toninho Telefunken ocupa a Tribuna da Câmara

Telefunken na Câmara. Foto - Ascom

O líder negro Antônio Carlos, conhecido como Toninho Telefunken, ocupou a Tribuna da Câmara de Itabirito (MG) nesta segunda-feira (21/11), durante reunião ordinária.

 

O Dia Nacional da Consciência Negra é em 20/11 e, por causa disso, Toninho abordou o tema tendo como realidade o município itabiritense.

 

Toninho reconheceu vitórias que dizem respeito à causa, como a realização da Semana da Consciência em Itabirito. “Têm debates, rodas de conversa, oficinas de ritmos nas escolas. E tudo de graça!”, comemorou. Contudo, para ele, faltam incentivos para que o Movimento Negro itabiritense, e todas as suas expressões, possa atuar com mais veemência.

 

Segundo o líder, o grupo Axé Igbá (uma das mais importantes expressões da Cultura Negra em Itabirito) para se apresentar no Julifest 2022, por exemplo, recebeu o cachê mais de um mês depois da apresentação, realidade que, segundo ele, dificulta a manutenção dos trabalhos.

 

Telefunken lamentou a falta, em Itabirito, de expressões, como o Congado e escolas de samba. “Nossa cultura popular está acabada”, acredita. Para ele, é preciso haver uma “proposta cultural mais séria de ajuda às entidades”.

 

Telefunken citou o racismo, a reforma agrária e a falta de programas habitacionais. “É uma luta por igualdade, pelo direto e pela conquista do negro. Uma dívida que o país tem há anos”, afirmou.

 

Toninho lembrou que, em 1988, foi criado o Movimento Cultural Afro Brasileiro de Itabirito (Mocabi), que promoveu a primeira missa afro na Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

  

Presidência

 

O presidente Arnaldo (MDB), por sua vez, ressaltou que existe uma lei que determina que a Câmara de Itabirito promova algum evento para marcar o Dia Nacional da Consciência Negra. Contudo, essa lei, admitiu o presidente, não tem sido respeitada no decorrer dos anos.

 

Toninho teve direito a se expressar, sem estar na pauta oficial, em respeito à lei e em respeito à importância do tema.